A decisão do prefeito Leandro Vilela (MDB) de reduzir o período integral nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) em Aparecida de Goiânia é um grave retrocesso para a educação e para as famílias trabalhadoras da cidade. Logo no início de sua gestão, o prefeito, que havia prometido ampliar as vagas nos CMEIs durante a campanha, opta por uma medida que penaliza justamente quem mais depende do serviço público: mães solteiras, mulheres de baixa renda e trabalhadores sem rede de apoio.
A mudança atinge crianças de 4 a 5 anos e 11 meses, que agora terão acesso apenas ao meio período, enquanto o atendimento integral foi mantido para as crianças de até 3 anos e 11 meses. Para muitas famílias, o período integral era essencial para garantir a segurança e o desenvolvimento dos filhos enquanto pais e mães trabalhavam. Agora, esses responsáveis precisam buscar alternativas que, muitas vezes, não oferecem a mesma qualidade e segurança, além de gerarem custos adicionais.
A justificativa de Leandro Vilela é o déficit de R$ 300 milhões deixado pela administração anterior, incluindo atrasos na folha de pagamento dos servidores. Contudo, usar essa herança como muleta para justificar o desmonte de uma política tão importante é um grave erro. Não se pode equilibrar as contas públicas às custas do futuro das crianças e do sacrifício das famílias. A promessa de campanha de criar um “Vale Creche” de R$ 500 para mães que não conseguem vagas nos CMEIs também segue no papel, demonstrando uma falta de planejamento e de compromisso com as mães que mais precisam.
Os impactos dessa decisão são profundos. Muitas mães, especialmente as que cuidam sozinhas dos filhos, dependiam do período integral para poder trabalhar. A medida não apenas compromete a renda dessas famílias, como também prejudica o desenvolvimento das crianças, que perdem um ambiente pedagógico estruturado e seguro. Além disso, há uma preocupação com a segurança alimentar, já que as refeições oferecidas nos CMEIs eram uma importante garantia de nutrição para muitas crianças.
O discurso de campanha de Leandro Vilela, que prometia avanços na educação infantil, não condiz com a realidade de suas ações. A redução no período integral e o atraso na implementação do Vale Creche mostram uma gestão que se apoia em desculpas e ignora as reais necessidades da população. Enquanto o prefeito tenta justificar suas decisões, famílias inteiras pagam o preço.
O momento exige liderança e soluções concretas, não retrocessos que ampliam as dificuldades de quem mais precisa. Ao desmantelar o período integral, Leandro Vilela dá um passo atrás na construção de uma cidade mais justa e acessível, prejudicando diretamente a população mais vulnerável e o futuro de Aparecida de Goiânia.
